terça-feira, 30 de junho de 2009

Jackson 1

Michael Jackson morreu e não deixarão o homem em paz por um tempo, seja através de comentários sobre sua conturbada vida pessoal ou sua privilegiada carreira artística. O nome Michael Jackson será ouvido muito durante essas semanas, e não à toa.
Jackson foi um artista sui generes, brilhante. Pioneiro e visionário ao associar música e imagem, ele inovou não só no conceito de videoclipe, mas também no conceito de show e marketing. Assim, Michael acabou formatando a concepção do artista pop como um todo. É impossível, depois dos anos 80, imaginar alguém que não tenha sentido o mínimo de sua influência.
Imagino que, como artista cuja imagem rende milhões e é reconhecida no mundo todo, Michael poderia ter ido além e finalmente ter feito com que pairasse, dentro do meio artístico, a responsabilidade política por seus atos. O único “gesto” político tomado por ele foi um superficial “USA for Africa”, que, ao invés de propor uma mudança social, mais valorizou o assistencialismo.
Tirando esse porém, Jackson foi um artista completo e lendário. Um ícone, que não merecia ter sofrido tanto em sua vida pessoal.

domingo, 14 de junho de 2009

Resumo semanal

A semana foi mais ou menos assim:
Ahmadinejad reeleito. Protestos, etc e tal. O presidente do Irã irrita, mas seu discurso pró-Palestina é a verdadeira pimenta nos olhos da imprensa ocidental.
Parada gay em SP. Um evento cujo escopo era ampliar o debate sobre a diversidade sexual, a parada agora tem o seu discurso dissolvido e serve como mero carnaval exótico e fora de época em São Paulo.
Brasil em recessão. Foi divulgado: o PIB brasileiro do primeiro trimestre de 2009 foi negativo; é o nosso segundo trimestre consecutivo com o PIB negativo, o que caracteriza recessão. Alguém aí leu em alguma capa de jornal "Brasil em recessão"? Pois é, nem eu. Vai ver, pega mal falar de recessão faltando um ano para eleições.
O resto da semana foram jogos, partidas e corpos do Airbus.

domingo, 7 de junho de 2009

Um fantástico Airbus voador

Sinceramente? Estou cansado da imprensa noticiando o caso do Airbus, mas, o que me impressiona, é o fôlego que o caso tem perante o público. O telespectador parece carecer de tragédias, necessitando de uma cobertura diária e insaciável quando acontece algum desastre.
Muito meditei e a nenhuma conclusão chego. Por que o público precisa disso? Uma mera catarse não seria o ponto; penso que essas notícias servem mais para aliviar certas pressões sociais do que aliviar uma psique coletiva.
Explico: o noticiário, ao focar em um desastre, deixa de falar sobre crise econômica, crise política, crise de emprego etc. Ao noticiar um acidente, a imprensa ainda nos lembra que, apesar de todo e qualquer problema social que possa estar correndo, somos humanos, demasiadamente humanos, e todos, enfim, têm um fim. Podemos morrer, eis. Talvez seja esse o motivo de os desastres possuírem um fôlego perante o público. Ou vai ver, não é.