domingo, 25 de julho de 2010

O Mundo

Ainda com saudades do polvo Paul, assisto a TV em busca de novidades. O Campeonato Brasileiro recomeçou, e nem ao menos me lembro do time titular do São Paulo no primeiro semestre; o goleiro Bruno está na cadeia, Cleo Pires posou nua e Mano Menezes assumiu o cargo de técnico da seleção brasileira de futebol.

As notícias e o mundo rodam, e eu destilaria um monte de opiniões sobre como todos esses fatos se encaixam na sociedade de consumo, e como todos estamos dispostos a consumir essas notícias, e como todos estão dispostos a ser consumidos, e como tudo são invólucros que nos tolhem de ter uma relação verdadeira com o mundo, mas hoje não.

Por hoje, respiremos, apenas.

domingo, 11 de julho de 2010

Histórias da Copa

A Copa de 2010 termina deixando saudade. A primeira Copa no continente africano marca uma melhoria no futebol (se comparado ao futebol de 2006), traz um bem-vindo campeão inédito e deixa histórias secundárias saborosas, a ponto de dividir o noticiário com os times e o futebol em si.
 
O primeiro fator secundário a chamar a atenção foram as vuvuzelas. Aquele barulho alto, contínuo e interminável, impossibilitando os jogadores a ouvirem seus técnicos, era chato, mas, no final das contas, foi bacana, por ser característico do país.
 
Não bastasse o barulho, apareceu a bola Jabulani para fazer história. Chamada de "estranha" e "sobrenatural", a bola acabou virando bordão e ganhou uma personalidade própria. Nunca antes uma bola fora tão comentada assim.

E o Maradona? O técnico dava beijo nos jogadores, ia de terno a pedido das filhas e fez promessa de ficar pelado em caso de vitória argentina no Mundial. Uma figuraça, divertido nas entrevistas e simpático dentro dos campos.

O polvo Paul virou mascote e vidente da Copa, deixando especialistas para trás na hora do bolão; ele acertou cem por cento dos seus palpites, enquanto Mick Jagger errou em cem por cento da sua torcida.

E, por fim, tivemos as musas do Mundial, desde as holandesas expulsas do estádio, à gloriosa Larissa Riquelme, com o seu celular insinuante e sua torcida cada vez ampliando, literalmente, o número de investidores na moça.

Essa Copa, sem dúvida, não se resumiu ao futebol, e deixa como lembrança o pitoresco e o lúdico. Serão quatro anos de sofrimento até 2014.

domingo, 4 de julho de 2010

Da queda do Brasil

    O Brasil saiu do Mundial 2010, mas a Copa continua. Eu havia me esquecido de como é ver todos pintados de verde amarelo, ouvir gritos femininos em jogos de futebol e apostar em bolão. É um barato esse negócio de gente que nem sabe nada de bola, de repente, exigir tal e qual jogador e se comover com a gorduchinha rolando. Pessoas berrando, gritando e tocando vuvuzela, na tentativa de, durante 90 minutos de jogo, demonstrar o seu patriotismo, tentar entender o jogo e ainda se divertir com tudo isso. Esse clima de Copa é sensacional.
    Confesso que, devido a esse clima todo, não pude realmente assistir a nenhum jogo. Óbvio, meus olhos estavam na tela, mas devido a todo o barulho e gritaria ao redor, não observei as posições dos jogadores, a qualidade dos passes, o tipo de finalização e compactação da equipe. Assisti, mas não vi. Sem problemas, a festa ao redor vale.
    E agora, depois que o Brasil saiu, vi a Globo massacrando o Dunga, vi jornalistas atacando Felipe Melo e vi, afinal, crianças chorando. Mas, sem todo o barulho de vuvuzela, além de assistir, poderei ver a Copa. Devo estar ficando ranzinza.