A camada de pré-sal é o novo mote da corrida presidencial 2010. O governo, ao alardear o petróleo em nosso litoral, não o faz visando o progresso de nosso país, mas sim, obviamente, contando com a eleição da senhora mãe do PAC, Dilma Rousseff. Dilma, ainda sem carisma suficiente para ganhar a eleição e sem nenhum feito memorável ao eleitor, aparece em todo anúncio favorável ao governo, e com o pré-sal não foi diferente.
Seja falando sobre como deveria funcionar o modelo regulatório para a exploração da camada de pré-sal do Brasil ou como tal modelo diminuirá nossas desigualdades sociais, Rousseff aparece na mídia como mãe do nosso petróleo. A grande discussão dos royalties é, na verdade, a discussão sobre qual fatia do eleitorado o PT e Dilma vão querer atingir.
Tradicionalmente o PT não tem no estado de São Paulo o seu grande reduto eleitoral nas corridas presidenciais. Lula ganhou suas duas eleições contando com menos votos do estado do que se esperaria e, provavelmente, ano que vem não será diferente. Com o atual modelo de royalties, os grandes favorecidos pelo pré-sal seriam os três estados do litoral do sudeste. O PT, sabedor do seu eleitorado, tenta fazer com que o dinheiro do petróleo seja distribuído entre ele, ignorando questões ambientais e o impacto social gerado dentro das cidades cujo litoral será explorado.
O governo de José Serra se mexe para fazer com que os royalties funcionem da atual maneira, deixando dinheiro, por sua vez, no estado de seu eleitor. Assim, mais uma briga política está armada e o eleitor vê a criação de mais uma estatal a custa de seu imposto. A exploração do petróleo será feita com o dinheiro do contribuinte e o pior: não há garantia alguma de qualquer lucro. Investiremos dinheiro agora para obtermos algo só por volta de 2015, e ainda por cima estamos aplicando em uma matriz energética cujo valor é incerto. O barril do petróleo, depois de chegar a 150 dólares, despencou para 30.
Enquanto investem nosso dinheiro no escuro, na África é encontrado o campo de Venus B-1, contendo bastante, bastante petróleo.