domingo, 13 de setembro de 2009

11 de setembro

Impossível, não falar sobre o 11 de setembro de 2001. Finalmente há uma distância temporal interessante para analisar o real impacto que a queda das torres gêmeas causaram no mundo e, mais especificamente, nos EUA. Passado o auge da comoção, o calor do momento, dá para refletir mais objetivamente sobre o que afinal significou a derrocada das torres americanas.

Com os ataques terroristas da Al Qaeda, podemos dizer que começa o século XXI, seja em termos ideológicos, seja em termos históricos. Começou ali uma caça às bruxas levada a cabo por Bush filho cuja conseqüência foi a reeleição deste. Muito provavelmente a sorte de John Kerry, candidato democrata à presidência em 2004, teria sido outra, caso não houvesse o 11 de setembro. George W. Bush ganhou um segundo mandato não por sua competência política ou diplomática, mas sim pelo fato dos ataques terroristas terem despertado todo um lado reacionário do eleitorado dos EUA. E, se em sua primeira eleição pairavam dúvidas com relação a fraudes na Flórida, em sua segunda não houve margem para maiores indagações. Os EUA queriam que Bush filho continuasse sua “retaliação contra o terror”.

Durante esse período de retaliação, a maior consequência foi a concretização do sonho do Bush pai: a morte de Saddam Hussein. Buscando Bin Laden e o “terror”, os EUA se depararam com o Iraque, acusaram o país de possuir armas químicas e biológicas (nunca encontradas), caçaram o seu presidente e, como modernos missionários, exportaram o seu modelo de democracia para uma cultura totalmente diferenciada, cujas facções religiosas e políticas dificilmente aceitariam pacificamente um modelo “democrático” imposto, vindo de fora. O que sobrou foi uma ocupação norte-americana no país, com empresas dos EUA fatiando todo o dinheiro advindo do processo da reconstrução iraquiana.

A eleição de Barack Obama ainda é um eco de 11 de setembro. Com a política de Bush filho voltada para o petróleo e o terror, uma bolsa imobiliária cresceu, gerando a atual crise econômica. Com tal crise econômica instaurada, só restou ao povo norte-americano, finalmente, parar de pensar no terror e refletir que precisamos de mudança. Sim, nós podemos.