domingo, 15 de novembro de 2009

Apagão 2009

O apagão do dia 10 de novembro foi deveras debatido durante a semana. Visando às eleições de 2010, a oposição tentou fazer da falta de energia um fato eminentemente político, enquanto a situação minimizou o causo. Edson Lobão, ministro de Minas e Energia, foi incisivo ao afastar qualquer carga de responsabilidade do governo, afirmando que o apagão foi provocado por condições meteorológicas.

A oposição não se deu por satisfeita e tentou, a todo custo, convocar a ministra da Casa Civil Dilma Roussef para se pronunciar a respeito, na condição de ex-ministra de Minas e Energia. A presidenciável Dilma, então, teve de sair do casulo e dar uma resposta à opinião pública, na qual afirmou que isso não é apagão não, minha filha, e sim blecaute. Pelo dicionário de Dilma, apagão e blecaute se diferenciam por aquele pressupor racionamento de energia e falta de planejamento, coisa que, no governo petista, não ocorreria.

A imprensa, esse maravilhoso órgão disposto a “repercutir” tudo, acabou descobrindo um dado curioso: até agosto de 2009, somente 38% do total da verba anual da Eletrobás foi utilizada, o menor valor dos últimos 10 anos. Onde estaria, então, o planejamento alardeado pelo governo petista? Talvez no mesmo lugar onde foi parar o planejamento tucano em 2001, quando as condições meteorológicas também serviram como desculpa para o apagão da época.

Essa verba não foi utilizada pela Eletrobás por falta de projetos que a utilizem. E esses projetos, então, porque não são feitos? Simples: desde seu primeiro mandato, o governo petista iniciou um processo de aparelhamento do Estado “nunca antes visto na história desse país”. Cargos com funções efetivamente técnicas foram dados a companheiros de longa data, cuja ajuda em campanha deveria ser recompensada. Sem técnicos para fazer projetos, as verbas ficam sem uso. O caso da pasta de Minas e Energia é um exemplo: Edson Lobão é advogado e jornalista, indicado por José Sarney. Um sujeito com essa formação não tem capacitação para coordenar um projeto em larga escala para a matriz energética brasileira. Mas tem capacitação para alavancar a aliança entre PT e PMDB para o ano que vem. Ao PT de Lula, isso basta.