domingo, 1 de novembro de 2009

This is it

This is it”, filme póstumo de Michael Jackson que estreou nessa quarta-feira, permite múltiplas perspectivas. Feito às pressas depois da morte do astro, com intuito de ficar apenas duas semanas em cartaz para depois ser vendido em DVD no natal, o rótulo de caça níquel é inevitável.

Infelizmente, durante a projeção, tal rótulo é comprovado. A estrutura da película, um híbrido entre documentário e musical, acaba sendo mais uma colcha de retalhos daquilo que poderia ter sido e não foi devido a essa pressa. A parte “documentário” é muito rasa, permitindo pequenos vislumbres de como Jackson e sua equipe trabalhavam. A parte “musical”, o grosso de “This is it”, é uma coleção de ensaios esperando um show para formatá-los. O material todo ficaria muito bom como um DVD de extras do show, não como um filme em si.

Mas, estamos falando de Michael Jackson, e é aí que entram as múltiplas perspectivas do filme. Não basta analisá-lo como produto acabado; há de pensar em “This is it” como a lembrança de uma das maiores figuras da história da música. Assim a obra ganha suas verdadeiras cores e cresce em importância, e nisso ela acerta, por ser uma bela lembrança.

Fugindo das controvérsias envolvendo a vida de Jackson e sua morte, “This is it” mostra, com dignidade, um Michael como todos deveriam se lembrar: um sujeito focado em seu trabalho, perfeccionista, preparando-se para um grande show. Não duvido se em todas as sessões ao redor do mundo todos baterem palmas.