segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

As faces de Dilma

Dilma Roussef, enfim, apareceu sem peruca, que passou a usar devido às sessões de quimioterapia para combater o câncer linfático. O novo visual, cabelos curtos e escuros, com uma franjinha meio Beatles, dá um ar um tanto moderno, mas não é o visual que provavelmente os marqueteiros petistas desejam.


Dilma sempre possuiu um visual técnico, com roupa social e óculos a ocultar qualquer traço feminino contido nela. Roussef aparentava negar o próprio sexo a favor de um discurso (em tese) neutro, e, a qualquer traço de vaidade, como um batom mais chamativo, por exemplo, a neutralidade de seu discurso estaria comprometida.


A partir do momento no qual Dilma entra em uma disputa eleitoral, a sua imagem neutra teria de mudar e foi detectado, corretamente, a necessidade da candidata assumir o seu aspecto feminino. Demonstrar um pouco de vaidade, ressaltando um aspecto mais pessoal, faz com que o eleitor simpatize com essa pessoa que, afinal, é uma mulher, gente como a gente, não uma burocrata tecnicista a desferir palavras de como as coisas devem ser feitas.


Chegando as eleições, a possível imagem da Dilma pode ser a da guerreira a lutar contra um câncer, a de uma mulher feminina cuja peruca foi abandonada na tentativa de se despir do jargão técnico e burocrata. Vai ver, funciona.