domingo, 6 de dezembro de 2009

Fluminense como paradigma da redenção cristã

O Fluminense garantiu hoje, após empate com o Coritiba, sua permanência na série A do Campeonato Brasileiro de 2010. Depois de uma longa estadia na última posição do Campeonato e, em determinado momento, praticamente sem chances matemáticas de se safar do rebaixamento, o time das Laranjeiras começou uma operação digna de um milagre.

Alternando-se entre jogos da Copa Sul-Americana e do Brasileirão, o Fluminense passou a desempenhar uma série invicta e a realizar grandes apresentações. O que mais chamou a atenção foi a simpatia com que o time acabou sendo acolhido por outras torcidas. Até flamenguistas declararam-se torcedores do rival.

Mais do que gostar do bom futebol apresentado pelo Fluminense, o motivo para o interesse dos torcedores de outros times advém das condições nas quais o resultado veio. O Flu conquistou o seu lugar no coração de todos por representar o modelo típico da redenção cristã.

Dentro da mitologia do cristianismo (e talvez a figura mais representativa dela) está a do sujeito em busca de redenção, aquele o qual após pecar, descobre a Palavra e é convertido. Santo Agostinho e São Paulo, duas das figuras máximas cristãs, eram pecadores que foram convertidos em busca de redenção.

E aí entra o futebol. O Fluminense, na zona de rebaixamento, era o exemplar do pecador em estado de desgraça. Perdia jogos e seus jogadores eram desacreditados. Mas, então, como o apóstolo da Palavra, chega Cuca e, na tentativa de já preparar o time para a série B, começa a eliminar jogadores mais antigos, como o zagueiro Luiz Alberto e o goleiro Fernando Henrique. Tal medida é a do cristão expiando seus pecados para se converter à vida santa. E hoje, enfim, o Fluminense é convertido e segue na série A do Campeonato Brasileiro.

Portanto, é atuando como o paradigma da redenção cristã dentro do nosso inconsciente que o Fluminense angaria a simpatia dos diversos torcedores do Brasil. Ano que vem tudo volta ao normal.