segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Futebol

A rede Globo de televisão, nesta semana, propôs que a fórmula do campeonato brasileiro voltasse a ser através do mata mata. A alegação é a baixa audiência advinda ultimamente do produto futebol para a televisão. Em tese, um campeonato com quartas-de-final, semi-final e final teria mais ibope e seria mais rentável. Isso, em tese.

Essa queda de audiência acaba com um velho mito, o de que o Brasil é o país do futebol. Não, não o somos. O brasileiro médio acompanha às vezes o seu time, dificilmente assiste a um jogo que não lhe interessa diretamente e pouco se interessa pela história de seu clube.

Como são-paulino, raras vezes dialoguei com alguém que soubesse quem foi Friedenreich, Canhoteiro, Rui, Bauer ou Noronha. O desinteresse pela história do futebol é grande e pertencente a todos os times. Os diálogos de futebol nas padarias e botecos é supérfluo, a conversa não flui e fica focada mais nas brincadeiras e gozações de um time com o outro do que sobre o futebol em si.

Assim, parece que o público consumidor do esporte se restringe a dois tipos: o da torcida organizada, vivendo (e morrendo) em função de seu clube, e o da burguesia, interessada quando o time vai bem e servindo para lotar os caríssimos jogos da seleção brasileira.

O Brasil, na verdade, é o país da novela. Não à toa, a maior rede televisiva do país coloca novelas às 18h, 19h e 20h, fora o vale a pena ver de novo. Futebol, só de quarta e domingo.