segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rio 2016


O Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar os jogos Olímpicos de 2016, o que não é, afinal, pouca coisa. O Brasil passa a participar do "clube dos grandes", pois era o único país, dentre as dez maiores economias mundiais, a não sediar as Olimpíadas.

E eis aí o primeiro aspecto da necessidade das Olimpíadas: assumir-se como grande. É um atestado, reconhecimento mundial do Brasil como potência econômica. Não que ser uma potência econômica represente grande coisa, haja visto que o nosso IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), por exemplo, perde para o IDH do Chile, Argentina, Cuba, México, Venezuela e Panamá, mas estamos aí.

O segundo aspecto é o do orgulho nacional. Uma coisa é assumir-se como grande, outra é ter orgulho disso e encaixá-lo no conceito de "nação". Não somos nacionalistas (e talvez nem devemos ser), mas, quiçá, as Olimpíadas sirvam para formar uma união em torno do conceito "Brasil".

O terceiro aspecto é o de mudar o paradigma para o qual a cidade (e talvez o país) avança. As Olimpíadas implicam em vida saudável e, ultimamente, em certos ajustes ambientais, principalmente no que tange a poluição. Depois de Pequim, por exemplo, a China passou a investir mais em meio ambiente e Sidney fez um grande investimento em saneamento.

Mas nem tudo são flores: o impacto olímpico geralmente é superestimado. Fala-se no possível legado que as Olimpíadas podem deixar, mas, em termos de Brasil, as chances do legado Olímpico se transformar em uma herança maldita são grandes. Montreal, por exemplo, deixou um prejuízo que levou 30 anos para o Canadá pagar, além de um estádio caro e sem muita serventia. Atenas, em 2004, teve denúncia de corrupção e desvio de dinheiro. Dois exemplos olímpicos que me lembram de um certo país da América do Sul.