segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Boris Casoy, jornalista




Boris Casoy é o caso de jornalista bem sucedido. Passou por várias emissoras de televisão, possui anos de experiência nas costas e, basicamente, representa a ideologia vigente no telejornalismo brasileiro. Dia desses, sem saber que o áudio de seu microfone vazava, Boris comentou, sobre uma matéria na qual apareciam dois garis desejando felicidades para 2010: "que merda, dois lixeiros desejando felicidades...do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo na escala do trabalho".

Eis aí: a fala de Boris é a de uma elite apegada aos bens materiais, julgando a ética de uma pessoa pelo seu trabalho. Esta elite acredita que, de alguma maneira, o trabalho e dinheiro que a pessoa possui define e limita a sua característica psicológica, ética e moral. É a maneira que tal elite encontra para legitimar a necessidade de bens de consumo e a busca incessante por capital.

O telejornalismo está nas mãos dessa elite e a maioria das produções culturais também. Boris simplesmente expôs a essência dessa ideologia, sempre camuflada e insistentemente martelada através de intervalos comerciais de trinta segundos que nos tentam impor a necessidade de participar de uma sociedade de consumo. É o mundo, e Boris, em si, é um joguete ideológico da elite consumista.