domingo, 18 de abril de 2010

2010, ano de copa

O ano de 2006 prometia uma Copa do Mundo magnífica tecnicamente. Pelos clubes, o Barcelona vinha fazendo apresentações incríveis sob o comando de Ronaldinho Gaúcho e ditava o futebol ofensivo como tendência. Entre as seleções, o time português encontrava um bom futebol com Felipão; a seleção inglesa era dotada de um bom meio de campo, além de boas apresentações da Argentina. Isso tudo sem falar da seleção brasileira, a favorita.

Tudo muito interessante, excluindo-se o fato de que a seleção campeã da Eurocopa naquela época, a Grécia, não apresentava um futebol ofensivo como credencial, e a seleção campeã das Américas, o Brasil, contava com Parreira, um técnico burocrático que perdeu o controle da equipe na presença dos titulares Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo.

Apesar da promessa de bom mundial, o que se viu foi uma competição em que, afinal, o futebol defensivo da Itália acabou vencendo. Fora dos gramados, foi um mundial com grande importância política. A Alemanha pôde demonstrar-se como um país unido após a queda do muro de Berlim; sua torcida nunca foi tão calorosa, fazendo com que tal calor fosse transmitido a uma equipe pragmática, mas que, dentro de campo, fez valer a garra.

As similaridades de 2006 com 2010 são grandes: novamente temos um Barcelona que valoriza o futebol ofensivo e, mais do que tudo, há uma importância política no mundial. A África do Sul, dividida entre brancos e negros, tem a chance de apresentar união, calor e firmar a prática esportiva da Copa como um gesto político. Que tal gesto seja o da democracia e inclusão social.