domingo, 11 de abril de 2010

Zerovinteum

As chuvas que assolaram o estado do Rio de Janeiro foram o grande tema da pauta dos noticiários dessa semana. Entre os comentários, sobrou um pouco para todos. Descobriu-se que a Prefeitura da cidade do Rio chegou a fazer uma desapropriação para remover os moradores das áreas de risco, mas tais moradores não foram removidos dos locais porque não receberam as indenizações às quais tinham direito. E aí não tem como mesmo. Para onde eles iam, sem casa e sem dinheiro? Morar na rua, esperando a boa vontade e acolhimento de terceiros?

Outra descoberta, devido ao caos provocado pelas chuvas, foi a de que o ministério da Integração Nacional repassou, ano passado, metade de sua verba para os municípios da Bahia, justamente o estado do ministro. E, veja você, após esse repasse, o ministro se afasta para concorrer ao governo da Bahia. Geddel Vieira Lima (PMDB - BA), o ministro em questão, deve ser um homem sortudo por poder beneficiar tanto assim o seu próprio estado e, além disso, concorrer como governador, não?

Além da óbvia má gestão pública em todas as esferas, pesou, na tragédia, a concepção que temos de espaço urbano. Qualquer chuva mais forte causa tragédias em quaisquer estados brasileiros, seja no Rio, São Paulo ou Santa Catarina. O espaço urbano, do jeito que é utilizado, acaba sendo um monte de asfalto onde a água não pode correr. Mas não há problemas: um político jogará a culpa no outro, serão tomadas medidas paliativas e, até as próximas enchentes, a população ficará a salvo.